Que diferença faz?
- Daniela Barros
- 2 de set. de 2021
- 2 min de leitura

Me aproximei das neurociências há mais de 25 anos. Foi como amor à primeira vista, uma paixão que se consolida com o passar do tempo.
As neurociências vão muito além do cérebro, abarcam o processamento da comunicação de todo o nosso corpo e do ambiente. O cérebro processa o que sentimos nos órgãos do abdômen, nos músculos dos braços, das pernas, as imagens, os cheiros, os gostos, os sons, as texturas que experimentamos. Temos um sofisticado sistema de comunicação que percebe as manifestações mais sutis do ambiente interno e externo que são cuidadosamente recebidas e decifradas em diferentes estruturas cerebrais. O nosso corpo sinaliza rapidamente a presença do perigo, com aumento de batimentos cardíacos, respiração curta, mãos frias, muito antes do nosso cérebro processar o que realmente está acontecendo. É uma questão de sobrevivência e proteção. Já as percepções sensoriais aprazíveis que nos proporcionam relaxamento, prazer e paz são realizadas por outras estruturas cerebrais.
O cérebro é um órgão de alta complexidade, formado por bilhões de neurônios e um infindável número de células da glia que fornecem todo o suporte neuroquímico e estrutural, sem o qual os neurônios não sobreviveriam. Esse intrincado sistema é altamente mutável e adaptável, os neurônios aumentam as conexões entre si e redes neurais são potencializadas de acordo com as vivências, aprendizados, memórias...Este é o processo de neuroplasticidade.
Abro aqui um espaço para reflexão! Esclarecer os mitos e verdades de como o cérebro funciona, como processa o aprendizado, a memória, as emoções, a conexão com o corpo, o estresse, o papel do sono, da leitura, a tomada de decisão, o treino da atenção... “Que diferença faz?”
Conhecer e compreender como o cérebro funciona abre a possibilidade de escolher como queremos viver, cuidar de nós mesmos e dos outros.
Te aguardo nos próximos textos!
Dr.ª Daniela Martí Barros
Pesquisadora, professora e palestrante
Muito bom!