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Você sabe o que é mindfulness?

  • Foto do escritor: Daniela Barros
    Daniela Barros
  • 5 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

Uma das maneiras de estar com a atenção voltada para o presente é por meio da prática de mindfulness. A palavra mindufulness é a tradução do termo sati, do dialeto indiano Pali. Sati significa consciência, atenção, lembrança, não no sentido de recordação, mas de estar consciente e atento ao que ocorre dentro de nós e à nossa volta. Em português, podemos traduzir como atenção plena. Essa prática milenar é utilizada no budismo e entres povos e tradições espirituais, como hinduísmo, taoísmo, judaísmo e cristianismo.


A atenção plena é um estilo de vida, uma escolha, que requer compromisso, disciplina, persistência e, ao mesmo tempo, certo grau de despreocupação e sutileza. Permite manter a mente conectada voluntariamente no agora, desprendendo-se de comportamentos automáticos, sem julgar, rejeitar ou se apegar ao momento. Amplia a variedade de opções, pois desapegar-se do automatismo aumenta a flexibilidade de pensamentos e ações. É um treino mental que objetiva reduzir o sofrimento e aumentar a alegria, aumentar o controle da mente e não permitir que ela lhe controle, promovendo abertura e curiosidade diante da realidade em cada momento. Os praticantes treinam a observação do fluxo da consciência ao perceberem que pensamentos, emoções e sentimentos são transitórios e estão em constante mudança. Muitas práticas são ancoradas na respiração, com uma observação atenta aos movimentos de inspiração e expiração. É importante ter boa orientação ao longo desse percurso, pois sua qualidade de vida, seu bem-estar, seus relacionamentos estão em jogo.


O treino da atenção plena tem eficácia comprovada cientificamente em estados de dor crônica, ansiedade, estresse, depressão, transtornos alimentares e dependência química. A prática constante leva a modificações em estruturas cerebrais por meio da neuroplasticidade, o que traz benefícios à cognição, à autorregulação da atenção mantida, à autopercepção e regulação de processos emocionais.


Essas modificações cerebrais ocorrem principalmente no córtex pré-frontal, parte anterior do cérebro, envolvida diretamente no direcionamento do foco; na região do córtex cingulado anterior, relacionado à capacidade de manter o foco de atenção no presente; na amígdala cerebral, responsável por detectar situações de medo e agressividade; na região da ínsula, que recebe informações corporais sobre sensações agradáveis e desagradáveis, aumentando a autopercepção de emoções e a empatia. Não somente essas estruturas se modificam, como também as vias que conectam umas às outras.


Há ainda a redução do estresse por meio do controle cerebral sobre a glândula suprarrenal, o que diminui a produção de cortisol (hormônio liberado em situações de estresse) e o aumento da eficácia do sistema imune, o que leva à concentração de anticorpos no sangue (aumento das defesas).


As práticas informais são simples e não requerem equipamentos especiais, podem ser realizadas em pé, sentado, deitado ou caminhando e estão ao alcance de pessoas de qualquer idade. Por exemplo: ao subir uma escada, observar atentamente os movimentos das pernas, os degraus, o corrimão; ao lavar a louça, estar consciente da temperatura da água, textura e cheiro do sabão; ao caminhar entre o estacionamento e o local de trabalho, observar atentamente o local, o piso, a vegetação. É possível observar os pensamentos entrarem e saírem da mente, imaginar que a mente é o céu e que os pensamentos são nuvens, observar cada pensamento como se fosse uma nuvem passando, deixando-o entrar e sair da mente, sem se apegar a nenhum.


Vale a pena praticar!

Dra. Daniela Martí Barros

Pesquisadora, professora e palestrante






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